Não sei mais se o amo ou simplesmente tudo que sinto é uma sequela de uma rotina que já estava acostumada a viver. Acostumada com uma solidão, com a saudade, com a frieza de uma pessoa que dizia me amar.
Se me perguntarem se eu ainda gosto dele, com certeza eu não terei uma resposta concreta sobre esse assunto. Sinto como se fosse uma ferida grande no meu ser, como se tivesse me arrancado um tumor que acreditava ser benigno; mas na realidade estava consumindo todo o meu ser.
Não tinha pra onde ir. Sempre fui acostumada a novidades minha vida sempre tinha que mudar, mas com ele me sentia presa a uma rotina monótona e sempre me dizia " Eu o amo; eu o aceito do jeito que ele é!". A realidade era que somente uma pessoa neste casal, abria mão da sua vida por algo melhor, por algo mais feliz. E assim se passaram os dias, os meses, os dois anos. Depois de perceber o quão estávamos acomodados, parti da ideia eu não tenho nada melhor para fazer então continuarei aqui. Mendigando era isso que sentia, mendigava um minuto do tempo, um pouco de felicidade e atenção.
Mas não quero ficar. Era como a minha mãe dizia, você solta de uma tabua de salvação para se agarrar em outra. Me sentia a deriva me apoiando em um corpo que pouco reagia a mim. O que ele pensava antes de me responder que me amava também ? Eu nunca vou saber;mas acredito que era uma conveniência, uma comodidade dita em cada palavra, mentiras.Toda vez que estava infeliz e contava, tudo era jogado na cara como se fosse só minha culpa a geração desse sentimento.
Eu tenho uma ferida de cada lugar
Em que deixei guardada a solidão
E é por isso que eu digo que eu não sei lidar
É muito mais do que meu peito pode suportar
Não quero sonhos com hora marcada pra acabar
Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar
Ana.Carol.Caska
autora
17 de abril de 2013